sábado, 28 de janeiro de 2012

Luanda caminha a passos largos.


Luanda, anos 70.


Luanda é muito parecida com o Rio de Janeiro apesar de suas particularidades, são muitos os pontos comuns. Num primeiro momento é possível identificar as transformações que estão ocorrendo.  Ainda a caminho do hotel, vi inúmeras construções em andamento, algumas em fase de acabamento, outras no início ainda, mas certamente a reconstrução do País anda a passos largos. É notório a presença de chineses, coreanos e vietnamitas pelas ruas de Luanda ou em suas construções. Por todo lugar vimos placas e letreiros escritos em português com tradução em mandarim, inclusive o próprio hotel em que fiquei hospedada, possui um letreiro luminoso em mandarim. Essa presença asiática em Angola, segundo jornal local, se deve ao crescente interesse das empresas chinesas por Angola e seu mercado fértil, ainda sem infraestrutura industrial capaz de satisfazer o mercado interno. Por outro lado, há facilidade de retorno do capital investido para China. Muitos investidores querem aproveitar o momento para se estabelecer em Angola. O país tem recursos naturais que interessa as empresas chinesas. A facilidade de implementação dada a nova política de investimento estrangeiro, viabilizada pelo governo, gera uma parceria que reflete também na aceleração da construção civil, levando em conta a rapidez e o comprometimento do funcionário asiático que trabalha de domingo a domingo, debaixo de chuva ou de forte sol com a mesma eficiência. Meu olhar logo se fixou na quantidade de guindastes espalhados pela cidade. A mão-de-obra asiática está praticamente em todos os setores: nas construções, nos restaurantes, nos salões de beleza, nos serviços de limpeza e conservação.  

Este panorama lembra-me uma frase da CIC-Portugal: "...Mesmo que distantes, é sempre possível tentar uma ponte."

sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Uma Janela para Angola.



Este Blog foi pensado com todo carinho e respeito que os nossos irmãos angolanos e todos os africanos merecem de nós brasileiros. 
Com toda certeza, uma das motivações que sustentaram este projeto foram avaliações realizadas nos mais diversos campos e no vazio constatado quanto à sistematização e à veiculação de informações relacionadas ao continente africano e em especial, Angola.
Eu, sabrina de Oliveira, brasileira, estudante de História e apaixonada por livros, senti uma enorme necessidade de conhecer melhor essa cultura, essa gente, esses costumes tão presentes em nossa vida, em nosso dia-a-dia. Fui para Angola em 5 de janeiro de 2012 e fiquei em Luanda durante maravilhosos  e enriquecedores 12 dias. Lá eu pude perceber o que nenhum livro poderia mostrar. Os olhos que fitei, os sorrisos que recebi, o carinho e a amizade que construí.
Angola tem muitas faces e em cada face há uma história.
Lembro-me de quando passava pelas ruas, no comércio, as crianças me olhavam com olhos mistos. Um misto de alegria e de tristeza, talvez fosse medo, desconfiança.
Quero propor um retrato da realidade. Não a realidade feia que muitos outros já fizeram, mas a realidade dos olhos de esperança que vi.
Pela janela da alma somos vistos e porque o mundo não nos veria se retratássemos aqueles olhos?
Quero deixar aqui hoje, a inspiração, a fonte para que muitos de vocês, hoje possam olhar de forma diferente para Angola e possam perceber que essa gente tem esperanças de um lugar melhor. Quero mostrar as mudanças, as expectativas, os sonhos.
É importante lembrar que esse povo sofrido, do chão de terra batida, é possuidor de múltiplas riquezas, mas sobre tudo, são donas do sorriso mais encantador que encontrei. É preciso entrar por essa janela e descobrir o que essas pessoas esperam do futuro.
Te amo Angola! 
                                                                                        Sabrina de Oliveira.