quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

O QUE O ATLÂNTICO UNIU, NINGUÉM IRÁ SEPARAR

O Brasil é um país extraordinariamente africanizado. E só a quem  não  conhece a África pode escapar quanto há de africano nos gestos, nas maneiras de ser e de viver e no sentimento  estético do brasileiro. Por sua vez, em toda outra  costa atlântica  podem-se facilmente  reconhecer os brasileirismos. Há comidas brasileiras na África, como há  comidas africanas no Brasil.  Danças, tradições, técnicas de trabalho, instrumentos de música, palavras e comportamentos sociais brasileiros insinuaram-se  no dia-a-dia africano. É comum que lá se ignore que certo prato ou determinado costume veio do Brasil. Como, entre nós, esquecemos  como nossa vida está impregnada de África. Na rua.  Na praça.  Na casa.  Na cidade.  No campo. O escravo ficou dentro de todos nós, qualquer que  seja  a  nossa  origem. Afinal, sem a escravidão o Brasil não existiria como hoje é,  não teria  sequer  ocupado  os  imensos  espaços que os portugueses lhe desenharam. Com ou sem remorsos, a escravidão é o processo mais longo e mais importante da nossa história. (Costa e Silva,1994)

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